quinta-feira, 16 de junho de 2011

A viagem da Língua Portuguesa pelo Mundo



A língua portuguesa é uma língua românica flexiva desenvolvida a partir do galego-português que era falado no Reino da Galiza, durante a Idade Média. É uma das línguas oficiais da União Europeia, da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e dos Países Lusófonos. Com cerca de 272,9 milhões de falantes, o português é a quinta língua mais falada no mundo e a mais falada no hemisfério sul.
Durante a era da expansão, marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. Entretanto, o idioma é também largamente utilizado como língua franca nas antigas colónias portuguesas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe. Além disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em Macau, em Timor-Leste e em Goa.
Crioulos de origem portuguesa
Os crioulos de base portugueses da Alta Guiné englobam os crioulos de Cabo Verde (variedades de Barlavento e de Sotavento), da Guiné-Bissau e de Casamansa, no Senegal.

São os crioulos de base portugueses mais antigos e mantêm grande vitalidade, apesar de línguas não oficiais, embora nacionais.

O kriolu de Cabo Verde ou kauberdianu é língua materna de todos os cabo-verdianos que nascem no arquipélago (descoberto pelos portugueses em 1460) e também da maioria dos que vivem na diáspora. Criou-se inicialmente em Santiago e no Fogo, nas primeiras ilhas povoadas e colonizadas com europeus e escravos vindos da costa ocidental de África. Tem duas variantes principais: a de Barlavento e a de Sotavento.

O Kriol surgiu na região dos rios da Guiné, do rio Senegal à Serra Leoa, no início do século XVI, em particular nas «praças» que funcionavam como entrepostos comerciais, tais como Cacheu, Ziguinchor, Geba e Farim.

Em Ziguinchor (Casamansa) que, na sequência do estabelecimento de fronteiras com o governo francês em 1886, deixou de estar sob o domínio português, fala-se uma variedade do crioulo de Cacheu, com influência do crioulo de Bissau, mas com características gramaticais e lexicais próprias.

Enquanto o crioulo cabo-verdiano manteve um forte contacto com a língua portuguesa, falada também como língua segunda e às vezes materna por uma parte considerável da população, os crioulos da Guiné-Bissau e de Casamansa coexistem não só com o português como com o francês, respectivamente, mas também com as múltiplas línguas africanas do território, de que recebem constantes influências. Mais especificamente na Guiné-Bissau, o crioulo, língua materna ou língua segunda de grande parte da população, convive com mais de vinte línguas dos grupos Oeste-Atlântico e Mande.

Crioulos Malaio-Portugueses
Na Malásia, mais propriamente em Malaca (possessão portuguesa entre 1511 e 1641), formou-se um crioulo de base português que ainda hoje é falado por uma comunidade de mais de mil cristãos, o papiá kristang, língua que, com os seus falantes, migrou para outras localidades como Kuala-Lumpur e Singapura.

Em vários pontos da Indonésia em que os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais, como em Sumatra, Macassar (Celebes), Ambon e Ternate (Molucas), nas Flores e em Timor, surgiram variedades de um crioulo de base português muito próximo do Papiá Kristang de Malaca.

O crioulo funcionou como língua franca em Batávia (actual Jacarta), desde o século XVII ao início do século XIX, falado por holandeses, descendentes de soldados e de escravos por eles trazidos da Índia e pela comunidade de origem portuguesa. Em Tugu, aldeia isolada a norte de Jacarta, os descendentes dos portugueses mantiveram vivo o crioulo, como língua materna, até aos anos quarenta, embora ainda fosse falado nos finais dos anos setenta do século passado.

Uma comunidade fugida aos ataques holandeses, primeiro de Malaca (1641) e posteriormente de Macassar (1660) estabeleceu-se em Larantuka, nas Flores, onde ainda hoje se mantêm vestígios do crioulo nas tradições religiosas.

Em Timor existiu, numa zona suburbana de Díli, uma variedade de crioulo de base portuguesa, semelhante às de Malaca e de Macau, falada pelos «moradores» de Bidau, soldados e oficiais voluntários provindos da antiga capital, Lifau, e dos estabelecimentos portugueses das Flores (como o de Larantuka) e de Solor que aí se instalaram, com as suas famílias. Actualmente, apenas alguns timorenses reconhecem a existência deste crioulo que identificam como uma variedade mal falada de português, o português de Bidau.


A reflexão que faço sobre a importância da disseminação da língua portuguesa é que esta nos permitiu expandir o nosso modo próprio de comunicar e a identidade e cultura de um povo europeu a países de outros continentes. Com esta expansão, a língua portuguesa é hoje a quinta língua mais falada em todo mundo. Quantos mais países falarem português melhor para os investidores, porque facilita os negócios e traz vantagens económicas e culturais. 




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